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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Com relativa frequência os católicos veneram uma Cruz com duas traves. Trata-se da cruz patriarcal. Leva esse nome porque é usada pelos Patriarcas católicos desde o século XV.
Mas há também a chamada Cruz de Lorena. Esta é de todo análoga à patriarcal, mas tem uma história peculiar que começou nas Cruzadas. Eis a origem.
Jean II senhor de Chasteaux, no Anjou, governou seu feudo de 1200 a 1248. Em 1239, foi para a Cruzada acompanhando a Thibault IV duque de Champagne.
Na ilha de Creta, em agosto de 1241, recebeu de D. Thomas, bispo de Hiérapetra, um pedaço da Santa Cruz com forma de cruzeiro a duas traves.
De retorno a sua terra natal, o Anjou, Jean II vendeu a relíquia aos cistercienses da abadia de la Boissière. A abadia ficava perto do seu castelo pelo que era fácil ir venerá-la. Foi uma decisão difícil. Mais Jean II ficara muito endividado porque os nobres financiavam a Cruzada de seu próprio bolso.
![Brasão com a Cruz de Anjou](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxxlRChjRGhLtwZWQjcNSFi_b0XINgDHCJMPqd3-E8B-wzJQd95f3ysNuWIlvnEUGV4TM9pIWJbfPKDJmv71QKSaoGRIu7RDGxrQC0ULeREqGV-L6NJGFC1Y-eVnbFLPCZ2U0FMxGKxIQ/s400/Cruz+de+Anjou.jpg)
Durante a guerra dos Cem Anos, os monges confiaram a custódia da relíquia ao duque de Anjou, Luis I, cujo castelo ficava em Angers.
O duque era devoto do Santo Lenho. Ele erigiu uma confraria para melhor louvá-lo: a “Ordem da Cruz”.
Também fez bordar uma cruz dupla nas tapeçarias do Apocalipse executadas por Nicolas Bataille.
Durante a guerra dos Cem Anos, a relíquia foi e voltou diversas vezes entre o castelo e a abadia.
Ficou com os monges de modo definitivo em 1456. Nessa época já era reverenciada como a Cruz Dupla de Anjou.
![castelo de Angers](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Gz7P_hyibR_-pD2co-NaFOpSunYoRJG_AtAX0YQeHdR9ZpLYrfTvsHsXoFJZI3tvcX_XcJ8XRjnsAxFpQ0pOtwH5ZwufCGQ70jvg3sDJL06cwF9ul664c0DwtXIvh_bKpjj6RlNYOZY/s400/Angers.jpg)
O duque de Anjou imortalizado com o nome do Bon roi René (1408-1480), tornou-se duque de Lorena casando com a princesa Isabelle, herdeira do ducado e levou a devoção pela Cruz de Anjou à Lorena.
Seu neto René II defendeu heroicamente a Lorena levando nas suas bandeiras a cruz dupla.
Após a vitória de Nancy em 5 de janeiro de 1477, René II gravou a cruz no seu escudo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0_b5fRa480jzv9rZntkGVoDHGmWVBR5slA2Xb4ezDy3mMkiifY00cppfDPoRqnf1dhCnyTN0snsmw5pE-TTVWXr8wb73vUa_EpYz3BY7-IHtpvEPcFVagWw_lm2x2Pmd8uLOfRwQL5gwCybTzU8CW2MoiUAnnpIJqXnl4GBoZJGNYDv-b_gDyb35t/w550-h640/Cruz%20de%20Lorena,%20Nancy,%20Porte%20de%20la%20Craffe.jpg)
7 comentários:
Grande BLOG...
Parabens....
abraços
Muito bom! Obrigado pelas informações. Gostaria receber sempre outras informações sôbre este e outros tipos de história desse estilo.
obrigado por compartilhar a informação.
A presença desta cruz se faz na região missioneira do Rio Grande do Sul. Os catequizadores jesuitas espanhois a trouxeram para cá e hoje ela faz parte da cultura do povo gaúcho
Alguém pode me ajudar, pois quero comprar a cruz de Lorena com a corrente. Preciso saber em qual relojoaria encontro aqui em porto alegre.
Ótimo blog, muito boa as informações contidas aqui, uso pra pesquisa.
Muito explicativo sobre esse e outros artigos!!!
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