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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Não poupar arte nem riqueza no culto sagrado

O abade Suger aos pés de Jesus Cristo, vitral da abadia de Saint-Denis
O abade Suger aos pés de Jesus Cristo, vitral da abadia de Saint-Denis
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Dom Suger (1081-1151) foi abade de Saint-Denis (Paris, França), desde 1122 até sua morte.

Hábil diplomata, foi conselheiro de Luís VI e de Luís VII e Regente durante a Segunda Cruzada.

Foi chamado de “pai da monarquia francesa”.

Suger formulou uma justificação filosófica para a vida e a arte, notadamente para suas realizações arquitetônicas.

Compartilhando o sentir medieval, ele concebia os monumentos como obras de teologia.
Interior da abacial de Saint-Denis, Paris, França

O abade Suger foi grande teólogo, poeta, patrono das artes e organizador das funções litúrgicas.

Ele pregou a via da elevação da alma até a contemplação das coisas divinas a partir da beleza material retamente aproveitada.

A sua influencia na arquitetura gótica foi prodigiosa, especialmente pelas maravilhas introduzidas na Basílica abacial de Saint-Denis.

Cálice do abbé Suger
Cálice do abbé Suger
Esta basílica é a necrópole dos reis da França, e subsiste até hoje, não longe do centro de Paris.

Ele escreveu:

“No que concerne à beleza dos vasos sagrados, nós acreditamos, que devemos esculpi-los primorosamente, com uma nobreza externa que corresponda à dignidade com a qual nós os manipulamos no Santo Sacrifício da Missa.

“Pois, em todas as coisas sem exceção ‒ seja pela matéria ou pelo espírito ‒ nós devemos servir o Redentor o mais perfeitamente possível.

“E é por isso que nada será suficientemente precioso, nem suficientemente belo, nem suficientemente esplêndido para conter as Sagradas Espécies.

“No Antigo Testamento, os judeus empregavam vasos e utensílios de ouro para recolher o sangue dos bodes, veados e vacas sacrificadas.

“Os cristãos no poderiam ornar com pedras preciosas os cálices de ouro que contêm o sangue de Cristo?

A beleza da casa de Deus deve, com maior razão, dar aos fiéis como que um antegosto da beleza do Céu.

“A visão da beleza multicolor das pérolas, com freqüência, me liberou das preocupações da vida exterior elevando minha alma pelo deleite dos esplendores sensíveis até a consideração das virtudes diversas de que elas são o símbolo.

“Esta visão me deu a ilusão de me encontrar, por assim dizer, numa terra estrangeira que de maneira alguma era a terra de lama deste baixo mundo, mas ainda não era a pura região do Céu.

“Assim, parece-me que por meio do regozijo com a beleza material, nós podemos, com a ajuda de Deus, sentirmos transportados, por via anagógica (elevação da alma na contemplação das coisas divinas, êxtase, arrebatamento, enlevo), até a fruição espiritual da beleza suprema”.

(Autor: Edgar de Bruyne, “Le conflit des esthétiques”, Albin Michel, Paris, 1998, p. 143).



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quarta-feira, 10 de abril de 2024

As três virtudes teologais simbolizadas no turíbulo

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







No turíbulo estão bem simbolizadas as três virtudes teologais — Fé, Esperança e Caridade.

A meu ver principalmente a Fé, mas também as outras duas virtudes estão simbolizadas no turíbulo.

Uma pessoa olhando para ele percebe um vislumbre da ordem sobrenatural.

A Fé está para a alma humana como os grãos de incenso estão para o fogo.

Assim, quando a alma é ardente, coloca acima de tudo a virtude da Fé, e esta recebe do calor da alma humana uma realidade, uma vida.

Mas, de outro lado, nunca dos nuncas apenas o carvão sozinho emitiria aquele perfume desprendido do incenso.

É preciso que os grãos de uma outra essência caiam sobre as brasas, para, no fogo, desprender aquela fumaça perfumada.

Não há ninguém que, vendo queimar o incenso no turíbulo e vendo como ele se eleva, não tenha a sensação de que sua oração está se elevando como incenso para Deus. É a Esperança!

Nesta meditação, o que dizer quanto à virtude da Caridade?

Naquela fumaça sente-se um certo calor, e ela tende a se espraiar generalizadamente por todo o ambiente — como a Caridade, que é generosa, abarcante e deseja se estender a todos.

Na alma de um católico esses símbolos permanecem meio intuitivos e o leva a pensar: “Faz bem olhar para o turíbulo!”.

Analogamente, é o mesmo efeito que produz a lamparina no altar com o Santíssimo Sacramento.

Se no lugar dela se colocasse uma lâmpada elétrica, não produziria esse efeito.



(Autor: excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 15 de julho de 1988, sem revisão do autor).



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